quarta-feira, 30 de novembro de 2011

(a)manhã sorriso

O amanhecer bebia o sol em goles tímidos, como se a manhã começasse em subtil sorriso num querer crescer.

E a manhã fez-se grande num multiplicar de sorrisos que se foram ampliando de boca em boca, (pre)enchendo-me de luz.

Porque dizer obrigado, apesar de o mesmo não sentir necessidade de ser dito, quando sentido faz todo o sentido.

A todos, sem exceção o meu Obrigado.


Na Biblioteca da Escola de Infias - Vizela, em conversa informal e partilha com algumas turmas do 9º e uma turma do 12º ano.

P.s.
Até ao momento 29 grãos tiveram o seu destino - o que perfaz um montante de € 43,50 em prol da AIREV. Acredito que até ao dia 16 de dezembro estes pequenos grãos se possam multiplicar em gestos de afeto e solidariedade. O meu obrigado a todos.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Escola Infias - Vizela


A escola é-me sempre um habitat íntimo e natural. Espera-me um momento de prazer e aprendizagem.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"Flores para mim - Abel Neves"

A ouvir, refletir, ...





"Eles são pessoas com defeitos como todos nós que clamam uma revolução. Uma revolução que só pode ser feita no silêncio de dentro quando conseguimos calar o ruído do mundo e vencemos o medo de ouvir claramente os motivos da nossa própria voz."

"Flores para Mim" de Abel Neves

Teatro Meridional
4 NOVEMBRO A 11 DEZEMBRO
quarta a sábado às 22h
domingo às 17h
www.teatromeridional.net

terça-feira, 22 de novembro de 2011

I am Sam



"Preocupa-me ter beneficiado mais deste relacionamento que você."

Esta afirmação da Drª Rita Harrison (Michelle Pfeiffer) refere-se à aprendizagem humana que teve no relacionamento, enquanto advogada, com o seu cliente, Sam (Sean Penn). Porque estes seres "diferentes", "atrasados", "deficientes", "...", podem não ter a capacidade dos ditos normais para saber multiplicar, mas jamais são capazes de subtrair ou dividir na capacidade de amar. Teríamos tanto a ganhar se soubéssemos olhar para estes seres humanos especiais que surgem no percurso da nossa vida...

A força do amor é capaz de superar qualquer obstáculo.

domingo, 20 de novembro de 2011

Madeixas de cabelo




"Vais perder todo o teu cabelo!" - esta afirmação com quase 13 anos mantém-se bem viva, talvez por ter sido a primeira informação que obtive sobre a doença que então padecia. No momento, soou-me de forma estranha, mas quando as primeiras madeixas de cabelo começaram a ficar sobre o branco da almofada, ou na toalha do banho, como se fossem folhas caducas a despir as árvores, no lugar de permanecerem à cabeça, fez todo o sentido. Esse facto foi contemplado com uma primeira experiência de corte "à máquina zero" e, tirando o pormenor do frio que se fazia sentir, não dei grande importância àquele novo look. Ultrapassada a quimioterapia, ao couro cabeludo nu irrompeu um novo pelo, mais macio e negro, como o revestir das árvores em flor, em plena primavera. Como se quisesse colocar à prova aquele fenómeno natural, uns meses mais tarde o processo repetiu-se e renovou-se.


Porque mais importante que umas simples madeixas de cabelo que caem, são os gestos de afeto que nos envolvem e amparam...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ask Tesadüfleri Sever


"-Vovô, como acontece o amor?
- Ninguém sabe verdadeiramente. Mas há alguns sinais, é claro. O seu coração acelera, por exemplo. Quer sempre, sempre, estar com essa pessoa. Ela significa o mundo para você. Não se preocupa com mais nada."






O encanto da arte e do amor, num despir genuíno da simplicidade...
 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Um simples gesto de Solidariedade

"A Associação para a Integração e Reabilitação Social de Crianças e Jovens Deficientes de Vizela (AIREV) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que tem como Missão a promoção da melhoria contínua da qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiência ou incapacidades, suas famílias e comunidade, bem como disseminar conhecimentos e sensibilizar, procurando eliminar o profundo estigma social relacionado com a deficiência."



Com o intuito de contribuir com um simples grão de mostarda, quero lançar o seguinte desafio, a decorrer até ao próximo dia 16 de Dezembro. Por cada exemplar do livro - Iluminado. O Renascer - irei entregar € 1,50 à AIREV.


Iluminado. O Renascer

Sinopse

Num discurso notada e declaradamente de catarse, o autor leva-nos a esquecer essa condição, através da fluidez que empregna este seu livro. Uma viagem pelo sofrimento, mas, e sobretudo, pelo objectivo: viver. Um livro para quem a desistência não é opção. Custo de cada exemplar - € 10,00 (mais portes de envio se se aplicar) 

"Esta obra contém assim uma combinação perfeita entre os dois lados da Vida, o agri e o doce. O infortúnio do protagonista arrasta consigo uma onda, diria até um tsunami, de doçura que, misturados com uma boa dose de coragem, nos deixa uma mensagem muito importante para as nossas vidas." (Prof. Alice Abreu)

É uma iniciativa a título pessoal com a recetividade da AIREV. Desde já o meu obrigado àqueles que aceitarem este repto, estando também ao dispor daqueles que quiserem colaborar no sentido de promover esta ação.


"Eu sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor." (Madre Teresa de Calcutá)

Um afago

 



Percorro o frio das ruas desertas,
ao persistente fustigar da chuva
sobre a pedra gasta da calçada.

Um olhar transparente queda-se,
às janelas para além das varandas
e o sol desce-me no calor do afago.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Como convém televiver" (José Gil)

Como convém televiver

«É a vida.» Esta frase com que o apresentador da RTP termina amiúde o Jornal da Noite dá o tema do ambiente mental em que vivemos. «Dar o tom» significa muito mais que «sugerir» ou «indicar» uma direcção de leitura. Na realidade, constitui por si só toda uma «visão do mundo» e, mais importante, toda uma visão de nós mesmos, da nossa vida enquanto (tele)espectadores do mundo.

Depois de assistirmos às notícias sobre raptos, assassinatos, acidentes de viação, mortos palestinianos e israelitas, descobertas de centenas de vítimas taliban asfixiadas em contentores no Afeganistão, surge uma notícia que, como uma luz divina, redime todo o mal espalhado pela Terra: nasceu um bebé panda no Zoo de Pequim! O apresentador sorri largamente, pisca mesmo um olho cúmplice aos telespectadores. Depois das imagens de futebol, remata enfim, com um tom sábio: «É a vida!»

É a vida, pois. Que mais quereis? É a vida lá fora, não há nada a fazer, é assim, vivei a vossa com paz e serenidade, não há nada a temer, é lá longe que tudo acontece e, no entanto, estou eu aqui para vo-lo mostrar inteiro, o mundo, ide, ide às vossas preocupações que a vida continua.

Com este tom destinado a sossegar os espíritos, o apresentador envia-nos várias mensagens bem precisas: 1. A vida é uma mistura de bem e de mal, o homem está entre a besta e o anjo, e isso constitui a essência do mundo, que foi, é, e será sempre feito dessa mesma massa; 2. A frase impõe uma norma: eis o que se pode, e portanto, deve pensar do que acabámos de ver em todo o planeta. Norma matafísico-moral, ou melhor, norma ligeiramente eivada de matafísica que assim recolhe e reúne num só, todo o tipo de reflexões pensamentos que as imagens televisivas suscitariam. É, pois, uma norma para o pensamento: diz-nos como e o que pensar do mundo: e segundo a maneira de pensar, pensamo-nos também a nós face ao mundo, mas como se estivéssemos dentro dele, como sua parte integrante. Cria-se aqui uma pequena transcendência, imperceptível mas indelével, que constitui o efeito profundo do imperativo metafísico-moral: o telespectador é colocado dentro do mundo mas ao mesmo tempo acima dele, como se o vivesse não o vivendo. «É a vida», a nossa, a de todos, aquela que vivemos — e, no entanto, a vida é um espectáculo de imagens a que vós acabais de assistir. De fora, porque ele está fora de nós.

Estamos fora da vida, dentro dela: «é a vida!…» É esta mistura confusa de transcendência-imanência da nossa vida à Vida que provoca um nevoeiro no espírito.

Um terceiro aspecto parece não menos importante: 3. A norma neutraliza quaisquer veleidades de um discurso que se desvie deste bom senso que ela irrecusavelmente revela. A norma impõe limites imperceptíveis (porque internos) ao pensamento e, certamente também, à acção. Tudo o que vimos, a barbárie, o excesso, a crueldade mais insuportável são compensados, reequilibrados pelo sorriso, e o golpe do panda: é o que nos diz o metadiscurso final (a frase) do apresentador. Ou seja, aquilo, o crime e o sangue, não é a vida ainda; só começa a pertencer à sua esfera com o surgimento do bebé panda.

Inocula-se assim, no seio das imagens, uma outra dose de nevoeiro: o que vistes não é o que vistes, mas o que só agora estais a ver, que é o que vistes menos o que julgastes ver porque o bebé panda vo-lo retirou.
(…)

Gil, José,  Portugal, Hoje O Medo de Existir, (5.ª edição), Lisboa: Relógio D’Água Editores, Março 2005, pp. 7 — 9


Este brutal excerto é um espelho da generalidade da "informação vomitada" pelo écran da tv. É tão fácil disseminar o medo...



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Refletir


Diariamente, o ser humano é manipulado, como se existisse um par de forças ação/reação entre a ambição desmedida para o dominar e a permissividade bacoca para o ser dominado. Os denominados grupos de poder surgem como toupeiras nos diversos círculos e atividades profissionais da sociedade, estabelecendo-se uma subversão de valores, uma promiscuidade consentida, em que uns comem à fartazana e outros se digladiam para apanhar as migalhas.

E pensar que houve e continuam a existir Homens a entregar a vida por amor ao próximo...





Busca-se de forma incessante a felicidade na ganância do materialismo, quando ela reside na simplicidade do ato de Amar...

sábado, 5 de novembro de 2011

Iluminado

"Passados cerca de 11 anos, não me sinto um herói por ter vencido uma doença como o cancro. Sinto que venci uma batalha importante da minha vida, com muito sofrimento e dor, mas acima de tudo com muita esperança. Esperança num amanhã que podemos construir com as nossas mãos, através das opções que tomamos na nossa vida. Mais importante do que sobreviver, eu decidi que queria viver, acordar todos os dias com um sorriso no rosto, deixar-me inundar pela luz do sol e caminhar na estrada da vida. A força interior que desabrochou em mim, permitiu que encarasse a vida com outro olhar, aceitando o meu corpo tal como ele é, conseguindo vencer as barreiras que uma deficiência pode causar, ultrapassando os meus próprios limites.
Para mim o essencial é correr atrás do sonho, viver a beleza de cada momento, de cada dia, lutando pelos nossos objectivos pessoais. Quando sentimos algo em nós mais forte, capaz de vencer cada obstáculo que surge no nosso caminho, é difícil perder a alegria de viver, por muito complicada que seja a caminhada que temos de enfrentar." (in Iluminado. O renascer)


terça-feira, 1 de novembro de 2011

...aquele último olhar




no murmúrio silencioso
daquele último olhar,
estranha sensação,
inexplicável presságio,
naquele último olhar.
despedi-me de ti, avô,
no abraço interminável
daquele último olhar.







Os que partem ficam para sempre a abraçar-nos na imensidão da sua alma. Porque a morte é apenas uma passagem...