"Vais perder todo o teu cabelo!" - esta afirmação com quase 13 anos mantém-se bem viva, talvez por ter sido a primeira informação que obtive sobre a doença que então padecia. No momento, soou-me de forma estranha, mas quando as primeiras madeixas de cabelo começaram a ficar sobre o branco da almofada, ou na toalha do banho, como se fossem folhas caducas a despir as árvores, no lugar de permanecerem à cabeça, fez todo o sentido. Esse facto foi contemplado com uma primeira experiência de corte "à máquina zero" e, tirando o pormenor do frio que se fazia sentir, não dei grande importância àquele novo look. Ultrapassada a quimioterapia, ao couro cabeludo nu irrompeu um novo pelo, mais macio e negro, como o revestir das árvores em flor, em plena primavera. Como se quisesse colocar à prova aquele fenómeno natural, uns meses mais tarde o processo repetiu-se e renovou-se.
Porque mais importante que umas simples madeixas de cabelo que caem, são os gestos de afeto que nos envolvem e amparam...
Porque mais importante que umas simples madeixas de cabelo que caem, são os gestos de afeto que nos envolvem e amparam...
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