quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Afetos: precisam-se.

É madrugada.

Num qualquer hospital privado
uma mãe dá à luz um feto
desprovido de qualquer afeto.

É fria a madrugada.

Numa qualquer esquina da cidade
morre mais um sem abrigo
como se a vida fosse um castigo.

É gélida a madrugada.

Numa qualquer sociedade anónima
esquece-se o calor dum gesto
à inveja devota do mundo infesto.

O dia há-de acordar sob a vassoura do cantoneiro.


"O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá." (Madre Teresa de Calcutá)

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