quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"Ópera de Todos" - Para Todos



ÓPERA DE TODOS

Música | Ópera
Centro Cultural Vila Flor - Guimarães

Grande Auditório
Produtor

Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura
Duração

00:50

O evento encontra-se realizado

Próxima sessão:
Classificação Etária

Maiores de 3 Anos
Sinopse


A “ÓPERA DE TODOS” É UM ESPECTÁCULO INTERDISCIPLINAR QUE TEM COMO INTÉRPRETES ELEMENTOS DA CERCIGUI.

A convite de uma mãe de um aluno da Cercigui (Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados do Concelho de Guimarães), Jorge Queijo realizou em 2009 várias oficinas de música como voluntário. O desenvolvimento musical individual e de grupo, a descoberta da voz e a valorização das capacidades artísticas de cada elemento apontaram para um caminho de continuidade e de partilha das experiências realizadas com o público. A “Ópera de Todos” é o resultado deste trabalho criativo, realizado durante o presente ano e integrado na Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura. Cerca de 150 elementos entre alunos e técnicos dão forma a esta manifestação artística.

Ficha Artística


Direção Artistica e Música | Jorge QueijoDramaturgia
Direção de atores | Manuela Ferreira
Movimento | Dora Silva
Cenografia e Figurinos | Patricia Costa
Direção de Vídeo | Maria Mónica
Direção de Coro | Paulo Neto
Harpa | Eleonor Picas
Violino | Samuel Coelho e Inês Marques
Violoncelo | Sérgio Calisto
Contrabaixo | Henrique Fernandes
Piano | Hugo Raro
Voz ! Brigida Marques
Percussão | António Sérginho

ESPECTÁCULO APRESENTADO NO ÂMBITO DA CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA - GUIMARÃES 2012

(http://www.bilheteiraonline.pt/InformacaoEvento.aspx?codEspSala=5374)



Na noite do dia 21 de dezembro, tive a oportunidade de viver um espetáculo único, um maravilhoso presente de Natal. Poder partilhar da magia e encanto, sentir o contágio da alegria destas Pessoas em palco a demonstrar a grandeza do Ser na expressividade da arte, foi um privilégio que ficará marcado para sempre.
Apesar de grande parte da sociedade continuar a rotular e diminuir estes seres, é de enaltecer a sensibilidade de quem se dá para potenciar as capacidades que o ser humano possui para se superar, vencendo todas as barreiras que lhe vão sendo impostas.

Porque sentir aquele escorrer de solidariedade, entreajuda e felicidade, faz-me acreditar que é possível... Obrigado!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Feliz Natal.

 
A todos Vós desejo um Feliz Natal, e que ele aconteça de forma permanente. Abraço-vos

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ser

O Homem necessita urgentemente de readquirir a orientação, investindo sobretudo no saber ser. Sendo que este apenas será possível através de um processo de aprendizagem, seja pessoal, profissional, social, ...

Numa época em que se vivem períodos conturbados, de extrema dificuldade económica e financeira, existe uma enorme incerteza sobre o amanhã. Tudo porque durante demasiado tempo a ganância desenfreada pelo ter foi a lei, colocando de parte tudo o demais.

O ser humano deve refletir quais as reais necessidades que satisfazem o viver e prescindir de certos luxos e mordomias a que se acomodou, no lugar de abdicar de ser e satisfazer o ego com caprichos que, além de desnecessários, corroem a substância da personalidade.


 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Conto: Acontecer Natal





Maria chutou um seixo que rolou pelo declive da rua a enrolar-se no tapete de folhas caducas e perder-se na bruma que abraçava o amanhecer.  Percorria o trajeto de sempre a caminho da escola, mas naquela manhã os pés pareciam estar amarrados a uma âncora. Dos seus pequenos olhos de cor amêndoa escorriam elipses de tristeza e as suas frágeis pálpebras encerravam o mar, como se fossem comportas de uma barragem.
Nos anteriores anos escolares, Maria havia sempre conseguido ficar doente na primeira semana de dezembro, mas agora que frequentava o 4º ano tinha prometido a si mesma enfrentar aquele desafio, ainda que as memórias lhe trouxessem o paladar cru a sangue.
Foi a última a atravessar a porta da sala de aulas e dirigiu-se ao seu lugar, sob os olhares distraídos dos seus colegas, sentando-se em silêncio.
- Bom dia meninos! – exclamou em sorriso a professora.
- Bom dia professora Adriana! – responderam todos num alegre e agudo tom como um silvo do vento.
- Hoje, quero que cada um leia a carta redigida ao Pai Natal. – disse a professora. Quem quer dar início?
Maria levantou-se, percorreu a sala fechada num manto de quietude, colocou-se diante da turma e, sem qualquer carta entre as mãos para ler, murmurou num fio de voz doce e trémula…

Sabes, Pai Natal, apesar dos meus tenros nove anos de idade, não me lembro se alguma vez acreditei em ti. Sim, sei que já deves estar a fazer caretas, a coçar essa barba branca e suspirar por despir esse fato encarnado, em que tantos e tantos continuam a vestir-te, para distribuir chupa-chupas, rebuçados e balões multicolores em troca de uma fotografia ao teu colo, na confusão de luzes dos centros comerciais, mas esquecem-se dos meninos pobres a quem os homens da segurança sequer deixam lá entrar, talvez para não te sujar ou amarrotar o fato.
Mas não te aborreças comigo, Pai Natal, sequer revelei ainda qual o motivo desta minha descrença. Se tu existisses de facto, os meus pais hoje estariam à minha espera em sorriso ao portão da escola, no lugar de apenas viverem nas minhas frágeis memórias, desde que foram abalroados por um camião desgovernado e tudo o que restou intacto foi aquele presente de Natal selado com o meu nome.
Como já deves imaginar, descobri que não eras real tinha três anos, uma idade alimentada de sonhos e ilusões, da forma mais cruel possível. Mais do que negar a tua existência, passei a detestar-te, a não querer ouvir sequer pronunciar o teu nome. Por isso fiquei sempre doente no período de te escrever cartas a pedir casas de bonecas ou um outro brinquedo qualquer. Hoje disse a mim mesma que precisava de vir, dizer-te tudo isto que guardava aqui dentro no coração e dessa forma enterrar este ódio silencioso e poder voltar a sorrir apesar da mágoa.

Assim que terminou, Maria regressou à sua cadeira e a chuva precipitou-se aos seus pequenos olhos a fluir em abraço àquela que escorria aos seus colegas, como se fossem braços de rio a afluir a um mesmo leito.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Escola Secundária de Vizela

No âmbito do "Projeto É Fácil Ler", a leitura do livro "Iluminado. o renascer" foi explorada pela turma 2ºC EFA SEC. Na próxima quarta-feira, dia 14 de dezembro, a partir das 20h30, decorrerá a apresentação do mesmo, no auditório da Escola Secundária de Vizela.


Será uma oportunidade para dar continuidade ao gesto de solidariedade que decorre em prol da AIREV. Por cada exemplar adquirido ao autor, € 1,50 serão doados à referida Instituição.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Ser Diferente

     Alexandre bebia o incêndio do final de tarde a mergulhar às águas transparentes, como se o sol lhe rasgasse uma estrada de luz ao azul do mar e as suas ágeis mãos conduzissem a cadeira de rodas até ao infinito horizonte. Momentos como este traziam-lhe a certeza da verdade que uma voz lhe soprava dentro, sempre que fazia do silêncio refúgio – por mais barreiras que edificassem à mobilidade, jamais alguma seria capaz de lhe roubar a liberdade do ser e a possibilidade em ser feliz.

     Uma voz desconhecida chegou-lhe em voo rasante, como se fosse ondulação a acariciar os grãos de areia da praia deserta. Alexandre suspendeu a íntima viagem e, ao abrirem-se, os seus olhos pousaram nas formas delicadas e maduras de um corpo de mulher, percorrendo-o até encontrar-lhe o olhar – e demorou-se àqueles olhos, como se o mundo ali se liquefizesse.

     - Olá! Perdoe-me a interrupção, mas estava a observá-lo e uma curiosidade estranha entranhou-se-me na pele. Você escreve poesia?

     - Poesia, eu?! Destas mãos saem apenas os movimentos que dão vida às rodas desta cadeira que suporta o meu corpo – respondeu Alexandre um tanto atónito e ainda preso ao fundo daquele azul cristalino.

     - Oh… – murmurou a mulher no desabrochar de um tímido sorriso. – Sabe, há poemas a transpirar à tez do seu rosto, como se fossem braços de rios a afluir a uma mesma foz.